domingo, 27 de dezembro de 2009
Porfia
Tenho de ir ainda a algum sítio onde acabei por não chegar.
Por muito que me sobre há dias em que acabo por me restar.
Desfaço na minha companhia. Hoje não me quero recomendar.
É que às vezes chateio-me comigo.(Faço birras que já de mim são difíceis, quanto mais a alguém de aturar)
Insisto que quero as coisas do avesso, e quando as procuro já não lhes encontro o lugar. AAArrrrggggghhhhhhhhhhh!
Permaneço incólume.
As órbitas vigiam em redor. Shhhhhhhh… não
me quero
fazer
notar.
Disfarço, e de esguelha bagunço um pouco mais (em jeito de quem finge arrumar).
Entre dentes ti... ti... titubeio, gesticulo, resmungo!
Alvíssaras! PRAGUEJO!
Revolteio e viro tduo de penras pró ar.
Decaem decrépitos meus braços.
Gáudio! Jubilo no meu peito!
Obra feita! Tudo em pedaços.
(o melhor é pôr me daqui a andar)
Faço cuidado com os cacos,
Detenho-me e logo disparo
(Arre! Que não sei ir devagar).
Tenho de ir a algum sítio.
Arrumo o cabelo em desalinho.
É que não gosto de me fazer esperar.
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1 comentário:
Muito bom Olga :) Essa veia poética mesmo ao rubro. Gostei do pormenor de teres trocado as letras no verso: "Revolteio e viro tduo de penras pró ar."
Sem dúvida um texto que retrata o dia a dia de muitos nós nos dias que correm :)
Já está adicionado aos favoritos este teu livro de pensamentos e escritas para que com frequência me lembre de cá passar :)
Bjinhos e boas festas ;)
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