domingo, 18 de julho de 2010

Knock Knock


Picture: May Ann Licudine


Passo pelos dias e pelas horas,
Sem que eu dê por eles, nem eles por mim.
Sem dar conta, perco a conta de quem passa ou do que passa por mim.
Acontecem-me as coisas.
E depois...aconteço Eu também. Mais ou menos: Assim.
Sem espreitar para ver o caminho nem tão pouco saber seu fim.
Sigo de mão dada sem saber já onde estou.
Sabes para onde me levas ou não sei eu pra onde vou?
Mesmo que por aqui vagueiem,
As palavras soam vagas e parecem ficar sempre por dizer.
É que quantas mais se somam, mais elas teimam em aparecer.
Fazem barulho dos ouvidos,
pesam nos ombros e querem fazer crer.
Que por si só são tão grandes,
que na sua sombra tudo se pode esconder.
Afago-te agora.
Não tenho pressa de te deixar.
Aperto-te cá dentro, mas lá fora vou já em jeito de te largar.
Levas-me o fôlego, mas não me tiras o ar.
Parece que a pouco e pouco, me oiço a respirar.